O estaleiro foi construído de raiz no início do século XX e, pelo pai de Mestre Lopes, constituindo-se numa verdadeira escola de profissionais da arte naval. No Estaleiro Naval do Gaio foi construída a última embarcação tradicional do Tejo, o bote de meia quilha “Sejas Feliz” e, no início da década de oitenta, foram recuperadas as primeiras embarcações com funções de lazer, entre as quais se destaca o varino “O Boa Viagem” da Câmara Municipal da Moita.
Nos tempos áureos, em que o estaleiro estava em grande atividade, trabalhava aqui um grande número de profissionais da arte de construção naval, como carpinteiros, serradores e calafates.
O estaleiro do Gaio constitui um valioso legado patrimonial, não só pelo conjunto de saberes técnicos tradicionais, como também por toda a herança material (instrumentos e utensílios de trabalho) de que ainda dispõe e que é de grande importância para o estudo da arquitetura naval e para o entendimento da história local.
Fonte: Retrato em Movimento do Concelho da Moita, Câmara Municipal da Moita, 2004