Da atividade fluvial ligada ao transporte de produtos para a cidade de Lisboa, resta hoje a memória dos marítimos, homens que começaram a trabalhar nas embarcações, aos oito, nove e dez anos, como moços para mais tarde passarem a camaradas e arrais.
Essa memória vive nas miniaturas de barcos – varinos, botes e fragatas –, laboriosamente construídas, em madeira ou cortiça, pelos artesãos de Sarilhos Pequenos, Gaio/Rosário, Moita e Alhos Vedros.
O quotidiano desse trabalho rico de histórias é ainda relembrado nos próprios nomes dos barcos em que foram marítimos: «Auxiliar», «Serra Velha», «Quinze», «Pimpão», «Maria Rosa», «O Boa Viagem» e «A Pombinha». A recriação do imaginário fluvial é também visível nas pinturas tradicionais, o que confere às embarcações cor e graciosidade.
José Martins, Luís Raimão e João Albino são alguns dos mestres da construção de réplicas dos barcos típicos do Tejo, hoje um cartão-de-visita do concelho.
Fonte: Retrato em Movimento do Concelho da Moita, Câmara Municipal da Moita, 2004