O espaço geográfico que constitui hoje o concelho da Moita assistiu, a partir do século XIX, a movimentos migratórios: os caramelos da Beira Litoral, que beneficiaram da distribuição das terras foreiras, fixaram-se na zona da Barra Cheia, Brejos e Arroteias; mais tarde, alentejanos e algarvios instalaram-se na zona da Baixa da Banheira e Alhos Vedros.
Estas gentes, portadoras dos valores culturais das terras de origem, influenciaram grandemente esta região com as suas superstições e crenças religiosas, com as suas músicas e instrumentos musicais, com o seu vestuário e adornos.
Estes bens culturais contribuíram para o enriquecimento e valorização cultural do concelho. Os herdeiros dessas tradições procederam à recolha dos costumes dos seus antepassados, com vista à sua divulgação, dando assim origem à criação das seguintes formações: Rancho Folclórico «Os Fazendeiros da Barra Cheia e Arredores», Rancho Etnográfico da Danças e Cantares da Barra Cheia, Rancho Folclórico do Clube Recreativo Sport Chinquilho Arroteense.
Estes grupos de folclore, expressão da cultura dita popular, têm procurado defender e preservar os costumes e tradições das suas gentes, nas suas danças e cantares, na sua música, no seu trajar e nas suas fainas diárias. Pesquisando estes valores, os ranchos mostram aos mais novos a maneira de ser e de estar dos seus antepassados, permitindo, ao mesmo tempo, a existência de um folclore autêntico.
Alguns destes grupos estão filiados na Federação do Folclore Português e todos promovem e participam em festivais concelhios, nacionais e até internacionais.
Fonte: Retrato em Movimento do Concelho da Moita, Câmara Municipal da Moita, 2004