No âmbito da 18ª Quinzena da Educação, que acontece de 8 a 20 de outubro, a Câmara Municipal da Moita promove a Oficina de Teatro “Jogo das Perguntas Difíceis”, dirigida aos docentes do concelho da Moita (prioritariamente) e de outros concelhos.
Esta ação de formação realiza-se nos dias 8, 9 e 10 de outubro, no Centro de Experimentação Artística, no Vale da Amoreira.
As inscrições podem ser efetuadas até 4 de outubro, através da ligação https://forms.gle/yhq73xhRg8TYA1iw7. Mais informações podem ser obtidas através do Centro de Formação de Escolas Barreiro e Moita, pelo T: 21 205 92 06.
A relação entre as práticas educativas e as práticas artísticas representa um campo de ação cuja importância tem vindo a ser reconhecida e afirmada, enquanto relação potenciadora de estratégias eficazes na captação da atenção, motivação e envolvimento dos alunos na sala de aula. As possibilidades que oferece estendem-se a todas as áreas do conhecimento, da matemática às ciências, passando pela história, línguas ou filosofia, da educação pré-escolar ao ensino secundário.
A metodologia de trabalho desenvolvida nesta oficina de teatro passa por promover níveis de foco e de concentração que permitam explorar a memória e o sentido narrativo das experiências, em particular na escola e na sala de aula. Trata-se de encontrar estratégias e soluções que facilitem o rendimento escolar, mas também a motivação, para que a aprendizagem decorra com um renovado entusiasmo.
O objetivo é que os docentes se familiarizem com o jogo, abordando os problemas e dificuldades que enfrentam, quer na relação com os alunos quer na relação com o próprio processo de ensino-aprendizagem. O método, sustentado no “jogo das perguntas difíceis”, implica exercícios de autocontrolo, em que os participantes aprendem a relacionar-se com o seu estado emocional e com experiências que, de alguma maneira, causam inquietação ou angústia.
O formador convidado, Rui Catalão, é dramaturgo, encenador e performer e vem desenvolvendo, desde há uma dezena de anos, documentários cénicos, onde cruza crónicas do quotidiano com memória e identidade geracional. Destacam-se os solos autobiográficos “Dentro das palavras”, “Av. dos Bons Amigos” e “Canções i comentários”. Mais recentemente dirigiu um coletivo de jovens que interpretam as suas próprias histórias, com narrativas da guerra, da vida no subúrbio e da diáspora africana: “E agora nós”, “Adriano já não mora aqui”, “Medo a caminho” e “A Rapariga Mandjako”. Recriou para o teatro as personagens bíblicas Ester e Judite e escreveu os guiões cinematográficos “Capacete Dourado” (real. Jorge Cramez) e “Morrer como um homem” (real. João Pedro Rodrigues), assim como os livros “Ingredientes do Mundo Perfeito” (sobre Tiago Rodrigues) e “Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa”. Foi intérprete de “A cara que mereces” (primeiro filme de Miguel Gomes). Licenciado em comunicação social pela UAL, foi crítico de cinema desde a adolescência e jornalista do Público, onde escreveu sobre literatura, cinema e música. Como dramaturgista, trabalhou na Roménia, França, Suécia, Noruega e Espanha, colaborando com João Fiadeiro, Ana Borralho e João Galante, Miguel Pereira, Elmano Sancho, Mihai Mihalcea, Eduard Gabia, Manuel Pelmus, Mihaela Dancs, Brynjar Bandlien, Madalina Dan.