Como habitualmente, no feriado municipal, este ano, a 10 de setembro, o Município da Moita distinguiu personalidades, entidades e instituições que, ao longo do seu percurso e em diferentes áreas, elevaram o nome do Município, com a atribuição de diferentes Medalhas Municipais, na Cerimónia Pública de Atribuição de Medalhas Municipais, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, referiu: "As pessoas que aqui distinguimos podem contribuir de diversas formas para o desenvolvimento da nossa terra. Uns pelo trabalho que desenvolvem nas suas empresas, que aqui trabalham e aqui deixam a sua marca, e outros de forma mais simbólica. Numa terra que se reconhece a si própria, que tem orgulho de si própria, o sucesso de um dos nossos é o nosso sucesso também. E, de alguma forma, é isso também que assinalamos, reconhecendo pessoas que, na sua atividade, têm alcançado graus de sucesso e reconhecimento fora do concelho e que aqui merecem, por isso, a nossa homenagem".
A Medalha de Honra do Município foi entregue ao Clube Recreativo Sport Chinquilho Arroteense e ao Agrupamento 76 Moita – Corpo Nacional de Escutas. Sónia Louro, escritora portuguesa, e Miguel Ramalho, bailarino da Companhia Nacional de Bailado foram agraciados com a Medalha de Mérito Cultural e as empresas Tecnimoita – Climatização e Energia, Lda. e Tejo ConVida – Passeios Marítimo-Turísticos foram distinguidas com a Medalha de Mérito Economico e Social.
Foram ainda entregues Medalhas de Bons Serviços ao Município a trabalhadores que completaram quarenta anos ao serviço da Câmara Municipal da Moita.
O momento musical desta cerimónia foi protagonizado por um Duo de Guitarras Clássicas com os professores José Carvalho e Luís Silva.
Biografias dos homenageados:
- Medalha de Mérito Artístico e Cultural: Sónia Louro
Tendo nascido em França, em 1976, Sónia Louro reside na Moita, desde os 9 anos de idade. Formada em Biologia, a ciência é uma das suas paixões, particularmente a biologia marinha, área de investigação onde, no ISPA, teve oportunidade de trabalhar com a comunidade de golfinhos roazes do estuário do Sado.
O seu coração balança entre a área científica em que se formou e a escrita. O seu gosto pela história do nosso país e a vontade de a contar de uma forma original levou-a a abraçar a tempo inteiro a profissão de escritora, contando já com sete romances publicados que se têm revelado um sucesso, tanto junto da crítica, como de um público cada vez mais vasto. Desde os seis anos que escreve com uma paixão que a levou, em 2004, a concorrer e a ficar em primeiro lugar, na modalidade conto, no prémio Dr. João Isabel, promovido pela Câmara Municipal de Manteigas.
O seu reconhecimento definitivo chegaria em 2006, com a publicação do primeiro romance: “Viriato, o Filho Rebelde”. A pesquisa minuciosa, acerca de aspetos menos conhecidos da vida e obra de figuras da nossa história, levou-a a escrever sobre a “Vida Secreta de D. Sebastião”, o seu segundo romance, ao qual se seguiu “o Cônsul Desobediente”, sobre a coragem de Aristides Sousa Mendes, a “Verdadeira Peregrinação”, na busca do que não foi escrito na conhecida obra de Fernão Mendes Pinto, assim como “Amália, o Romance da Sua Vida”, seguido de “Fernando Pessoa”, onde revela os segredos, medos, sonhos e, mais importante, a humanidade do Poeta, “Eusébio”, que revisita a vida do Pantera Negra e, o mais recente, “Eça de Queiroz Segundo Fradique Mendes”, em que explora, de uma forma original mas com grande rigor histórico, a fascinante vida desse enorme vulto da literatura portuguesa.
Sónia Louro, tendo crescido e estudado na Moita, mantém uma participação regular em iniciativas do Município, particularmente com a rede de bibliotecas, onde tem participado em diversas apresentações dos seus romances, e com a comunidade educativa local, contribuindo, com o seu exemplo, para despertar o interesse pela leitura e pela escrita nas novas gerações.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu a Sónia Louro a Medalha de Mérito Artístico e Cultural, pelo seu notável percurso literário que contribuiu para o engrandecimento do nome do Município.
- Medalha de Mérito Artístico e Cultural: Miguel Esteves Ramalho
Nasceu a 3 de julho de 1987 e morou até aos 28 anos no concelho da Moita, no Vale da Amoreira e na Baixa da Banheira. Frequentou o Ensino Básico no Vale da Amoreira. Os seus estudos artísticos foram na Escola de Dança do Conservatório Nacional, onde se formou como Bailarino Profissional. Ingressou de imediato na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, sob a direção do seu Mestre Vasco Wellenkamp.
Aos 18 anos, já viajava pelo mundo a representar a cultura portuguesa, em cidades como Nova Iorque, no conceituado Joyce Theater, em Israel, no Teatro Suzanne Dellal, em Itália, Espanha, Alemanha, etc.
Após três anos a dançar todo o repertório da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, decide dar o próximo passo e ingressa na Companhia Nacional de Bailado.
Dez anos volvidos com muitas centenas de espetáculos, tournées, criações, projetos com alguns dos maiores coreógrafos do mundo, atinge o estatuto máximo de um bailarino na Companhia. Em 2012, vence o prémio de bailarino do ano em Portugal, atribuído pela imprensa nacional. Em 2015, torna-se o primeiro bailarino de sempre da Companhia a fazer uma residência artística em África, na República Democrática do Congo, com espetáculo a solo de nome “IMiguel - Portrait Series”. Um solo criado na cidade de origem do coreógrafo Faustin Linyekula, estreado em Lisboa no Teatro Camões e dançado também na sua localidade de infância, o Vale da Amoreira, no CEA (Centro de Experimentação Artística).
Hoje, além da Companhia Nacional de Bailado, trabalha com a Companhia de Dança Contemporânea de Évora, com a sua Companhia de origem e com o Conservatório Nacional, ao mesmo tempo que desenvolve os seus projetos independentes.
Iniciou a sua carreira como coreógrafo apenas em 2017 e já criou seis peças para as maiores estruturas de dança em Portugal e também para a Compagnie Illicite Bayonne, em França. Participa na semana dos coreógrafos dos estúdios Victor Córdon, o maior centro de dança de Lisboa, e atualmente está em processo de várias criações a estrear brevemente, uma delas a convite do Centro Cultural de Belém, para um dueto com um artista francês.
Miguel Ramalho gosta ainda de recordar a sua infância no concelho da Moita, principalmente os jogos de futebol na rua, com os seus amigos.
De realçar que, durante a sua carreira, foi convidado inúmeras vezes a ingressar em companhias conceituadas no estrangeiro e decidiu, por vontade própria, desenvolver a sua carreira em terras lusas, depois de ter dançado nos maiores palcos do mundo.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu a Miguel Esteves Ramalho a Medalha de Mérito Artístico e Cultural, pelo seu notável percurso, na área artística da Dança, que contribuiu para o engrandecimento do nome do Município.
- Medalha de Mérito Economico e Social: Tecnimoita
A Tecnimoita é uma empresa especializada em serviços de climatização, ventilação, aquecimento e energia solar. Fundada há 27 anos, em 1992, por Luís Borges, a Tecnimoita, tendo como missão “criar bom ambiente”, preocupa-se em encontrar soluções inovadoras para a casa, com produtos de qualidade, que assegurem o conforto dos seus clientes e a proteção do meio ambiente. Localizada no Carvalhinho, na Moita, desde a sua fundação, a empresa conta, atualmente, com 17 colaboradores, muito dedicados, sem os quais não era possível manter os padrões de qualidade que os mais de 5 000 clientes merecem.
A empresa, que conta com mais dois sócios nos corpos sociais, desde 2003, Adelino Furtado e Rui Lopes, conseguiu superar os anos de crise económica, manter a atividade, e ser hoje uma referência na região, com condições para continuar a crescer de forma sustentável.
O ar-condicionado representa “a maior parte do volume de negócios”, cuja faturação se tem mantido estável. As pessoas têm hoje “uma maior necessidade de conforto” em casa e a empresa tem procurado prestar um bom serviço nesse sentido, avaliando cada caso em busca da melhor solução e cumprindo sempre as especificações dos fabricantes.
Além dos serviços que presta nas áreas de projeto de execução, da comercialização e da instalação de soluções de climatização, a empresa oferece ainda serviços de assistência técnica nas vertentes residencial, comercial e industrial.
Na missão de criar bom ambiente, a empresa cumpre também “escrupulosamente” as indicações do Ministério do Ambiente e os colaboradores, técnicos especializados, estão sensibilizados para estas questões. “Não cumprem só por cumprir, mas sim por convicção”.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu à empresa Tecnimoita – Climatização e Energia, Lda a Medalha de Mérito Económico e Social, pelo seu contributo para a valorização económica e social do Município.
- Medalha de Mérito Economico e Social: Tejo Convida
“Gavião dos Mares” e “Salvaram-me” são a dupla de canoas da parceria “Tejo Convida” que navegam pelo Tejo, em passeios organizados, divulgando os barcos típicos e proporcionando a todos os que as procuram momentos únicos nas águas calmas do rio.
O gosto pelo Tejo e pelos barcos típicos está nas raízes dos amigos de infância Luís Filipe e Ricardo Conduto, um porque nasceu e cresceu numa rua da Moita frente ao Tejo, o outro porque vem de uma família de fragateiros. Foi nos muitos passeios, cruzeiros e regatas que fizeram nas suas embarcações que amadureceram a ideia de querer mostrar ao maior número de pessoas possível a beleza destas embarcações, permitindo-lhes partilhar as experiências vividas e o que eles próprios sentiam sempre que entravam a bordo das canoas.
Em 2015, criaram e registaram a marca “Tejo Convida” que realiza passeios pelo Tejo. O nome também não foi escolhido ao acaso: “Tem o duplo significado de convidar para o Tejo, mas também dar vida ao Tejo com estas embarcações típicas”.
Os dois moitenses tentam que os passeios nos seus barcos sejam um retrato, o mais fiel possível, do antigamente. Daí as suas vestes tradicionais – calções ou calça arregaçada, camisa, colete e gorro preto. E, sempre que é possível, navegam à vela, pondo de parte o motor da embarcação. A forma como recebem e a sua autenticidade talvez seja a fórmula para o sucesso registado, mas a beleza das canoas típicas do Tejo e o contacto com a natureza também ajudam bastante.
Têm tido um papel importante na preservação, valorização e divulgação dos barcos típicos do Tejo e do concelho da Moita fora de portas, junto dos vários grupos que recebem, tal como os centros náuticos do concelho e a Câmara Municipal.
“Dinamismo” é um adjetivo que assenta bem a esta dupla que produz igualmente artigos de artesanato pintados com os motivos típicos dos barcos, com a marca “Tejo Convida”. Num futuro próximo, querem ensinar às novas gerações a arte naval, as pinturas tradicionais e tudo o que está ligado aos barcos típicos do Tejo, para que não se percam as origens e a cultura ribeirinha ligada ao Tejo.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu à Tejo ConVida – Passeios Marítimos - Turísticos a Medalha de Mérito Económico e Social, pelo seu contributo para a valorização do património flúvio-marítimo do concelho da Moita.
- Medalha de Honra do Município: Agrupamento 76 do Corpo Nacional de Escutas
O Agrupamento 76 do Corpo Nacional de Escutas desenvolve uma vasta atividade com crianças e jovens da Moita, contribuindo, no âmbito dos fins prosseguidos pelo Movimento Escutista, para o seu desenvolvimento, formação e realização pessoal, tanto ao nível físico como afetivo, cultural, espiritual, intelectual e social.
Pela sua ação, o Agrupamento 76 contribui para a formação de cidadãos responsáveis com participação e envolvimento na comunidade, desenvolvendo atividades diversas progressivas e estimulantes, baseadas nos interesses dos participantes e na realização de serviços à comunidade, promovendo o respeito pelo próximo e pela natureza.
O Agrupamento 76, além das atividades das secções, dos acampamentos e dos acantonamentos, tem um papel inestimável durante as Festas Populares da Moita em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, garantindo, entre outros, a organização do recinto de estacionamento, permitindo assim que os milhares de pessoas que visitam as Festas e que se deslocam em viatura própria possam ter um parqueamento adequado.
São valores dos Escuteiros a igualdade e tolerância, a responsabilidade e liberdade, a participação e cidadania ativa, a construção da Paz e o desenvolvimento sustentável.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu ao Agrupamento 76 Moita – Corpo Nacional de Escutas a Medalha de Honra do Município, pelos serviços distintos e altamente meritórios prestados à população do concelho, ao longo de 60 anos.
- Medalha de Honra do Município: Clube Recreativo Sport Chinquilho Arroteense
O Clube Recreativo Sport Chinquilho Arroteense foi fundado a 1 de novembro de 1949, mas a sua origem recua a uns anos antes, a 1946, quando, nuns terrenos generosamente cedidos por Henrique Valente se começaram a realizar, aos fins-de-semana, ainda iluminados a candeeiros a petróleo, bailes abrilhantados por conjuntos e acordeonistas que se tornaram famosos na região.
As primeiras modalidades a funcionar como secção na coletividade foram o chinquilho e o jogo do pau, estando a preocupação com a cultura e a educação também sempre presente, como o testemunham a criação de uma comissão bibliotecária que, num protocolo com a Fundação Gulbenkian criou, em 1961, uma sala da biblioteca, ou o teatro que, desde cedo marcou presença, levando à cena algumas peças no clube já desde os anos 50.
Nesses tempos de ditadura, foi também a coragem de alguns dos seus dirigentes que abriu as portas da instituição a reuniões que permitiram organizar a luta antifascista e que, perseguidos pela PIDE, levaram às prisões políticas do regime homens como Henrique Valente, Sebastião Valente e Júlio Ferreira.
Para além do chinquilho e do jogo do pau, modalidades com que o Clube iniciou a sua atividade, outras foram-se somando ao longo dos anos - da espeleologia ao atletismo, à ginástica ou aos desportos de combate, sendo hoje quase duas dezenas à disposição dos sócios do clube.
O Rancho das Arroteias, também ele com uma longa história, destaca-se na multiplicidade de atividades deste clube septuagenário e tem hoje um reconhecido e criterioso trabalho de recolha etnográfica que se tem empenhado na procura e mostra da autenticidade da cultura caramela e do seu património único.
A par da atividade regular, o clube organiza diversas iniciativas com profundas raízes na comunidade local que nelas participa e se empenha. É o caso das tradicionais “Cavalhadas” ou do Festival de Folclore que já se realiza há mais de três décadas.
A Câmara Municipal da Moita atribuiu ao Clube Recreativo Sport Chinquilho Arroteense a Medalha de Honra do Município, pelos serviços distintos e altamente meritórios prestados à população do concelho, na área do Associativismo, ao longo de 70 anos.