












Luís Osório revela os seus Ficheiros Secretos - “É importante bebermos a vida até ao fim, mesmo nas partes más”
O comunicador esteve no Palco da Biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita e encheu o auditório
Ficheiros Secretos é um espetáculo de Luís Osório, um monólogo excecional, de histórias contadas pelo próprio e que saem diretamente do seu livro Ficheiros Secretos - Histórias Nunca Contadas da Política e da Sociedade Portuguesa, editado em 2021.
E foi justamente com este espetáculo que Luís Osório esteve em palco, na terça-feira, dia 24 de maio, pelas 21 horas. O auditório da Biblioteca Bento de Jesus Caraça foi, aliás, pequeno para tanta gente. A plateia estava esgotada, porque muitos foram aqueles que fizeram questão de ver ao vivo o homem que é conhecido pela sua sabedoria política e espírito critico mordaz sempre que necessário. “Foi uma noite especial, primeiro porque não posso dizer que não esperasse uma sala composta, cheia, esperava, mas era sempre difícil porque era uma terça-feira e estava a chover e muito, mas a sala estava cheia, mas mais do que cheia acho que estivemos todos juntos, houve momentos em que eu senti uma energia muito especial e muito bonita”, confessou o autor no final do espetáculo.
No palco, Luís Osório fez menção a histórias de Álvaro Cunhal, Mário Soares, Freitas do Amaral, José Saramago, entre outros. Aliás, em palco, Luís Osório fez questão de fazer, até menção, a histórias que não fazem parte do seu livro, como foi o caso da infância do Presidente da Câmara da Moita, Carlos Albino, um momento diferenciador do seu espetáculo e que o autor introduz sempre. “Este espetáculo é diferente sempre, adapta-se aos lugares, adapta-se às pessoas, tenho convidados que eu invoco e sim, de alguma maneira, tentei que este espetáculo fosse por um lado sobre o país que somos, sobre o lugar onde estamos e sobre cada um de nós. Quando eu levo a mala vermelha para o palco é como se eu levasse naquela mala tudo o que preciso quando partir e cada um de nós tem essa mala em casa, de alguma maneira e, por isso, este espetáculo é um espetáculo sobre o país, mas sobre cada um de nós, talvez esse seja o segredo às vezes para ser tão especial”, explicou-nos Luís Osório.
As histórias, essas, vão para sempre fazer parte deste homem que encontrou no jornalismo uma verdadeira paixão. “Faz falta hoje contar histórias e ter respeito pela memória porque vamos esquecendo cada vez mais e este espetáculo, é um espetáculo que no fundo é isso: convoca os fantasmas do país e de nós próprios. Nós muitas vezes temos dentro de nós um lugar em que não entramos, não entramos porque nos magoam, e às vezes, muitas vezes, é importante fazermos essa viagem e bebermos a vida até ao fim, mesmo nas partes más”, concluiu.