O auditório da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, na Moita foi palco de uma homenagem à escritora que tem feito da sua vida um conto.
Para Luísa Ducla Soares escrever é vida, aliás, para esta autora de 84 anos, escrever é tão importante quanto outras necessidades básicas da vida. “Deixar de escrever é que nunca, isso nunca mesmo. Para mim é um prazer e uma necessidade tal como respirar, ainda mais escrevendo livros para crianças e jovens, pois vamos ao encontro da sua imaginação, lutamos pela sua criatividade, procuramos valorizar o gosto pela língua portuguesa, incitá-los a serem criativos e transmitir ideias e também transmitir o gosto saudável de rir, porque ler tem de ser também uma alegria porque se não for mal vai a leitura”, assumiu aquando da homenagem prestada pelo Município da Moita e pela Comunidade Educativa do concelho, na terça-feira, dia 9 de abril, na Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça na Moita.
A equipa de animação da autarquia fez uma adaptação a um dos trabalhos da escritora e levou a palco uma peça de teatro a que assistiram vários alunos do primeiro ciclo das escolas do concelho, bem como a própria autora. Luísa Ducla Soares ficou emocionada perante a homenagem, que lhe foi prestada. “Foi uma homenagem muito inesperada, mas aqui na Moita fazem sempre umas boas partidas”, disse-nos, feliz, a autora no final.
Esta homenagem à escritora com quase duas centenas de livros editados, vem, ainda, na sequência da comemoração dos 40 anos do Dia Internacional do Livro Infantil comemorado a 2 de abril. Luísa Ducla Soares começou a escrever quando tinha apenas 10 anos e foi jornalista de profissão, tendo passado por dois períodos muito diferentes no que à conceção da arte de escrever diz respeito, afinal de contas Ducla Soares foi autora antes e depois do 25 de abril de 1974. “Obras tenho 191 publicadas, mais algumas que ainda não estão. É a aventura de se fazer aquilo de que se gosta e, portanto, nunca cansa”, garante. “É muito diferente escrever antes e depois da liberdade. Nós tínhamos sempre em cima de nós a guilhotina da censura, ou a pessoa fazia aquelas adaptações necessárias para passar, mesmo assim às vezes não passava, ou então escrevia-se e preferíamos que fosse cortado pelo lápis azul e depois recusava prémios como eu. Procurava-se mostrar qual devia ser o papel de um escritor na sociedade que era o de lutar pela liberdade. É uma maneira de lutar”, recorda.
Feliz e emocionada com a homenagem, Luísa Ducla Soares agradeceu o carinho e garante que enquanto puder vai continuar a sua missão. “Ainda falta muito por fazer porque o 25 de abril foi uma porta que se abriu e para lá da porta há tudo o resto para se fazer. A missão nunca está cumprida, nós vamos sempre dando mais um passo…”, assegura a autora.
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